TIPOLOGIAS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
O desenvolvimento da abordagem sistêmica das organizações permite uma classificação dos sistemas de produção, baseada no processo produtivo. Explicitando a organização como um sistema de operações, que envolve elementos de entrada, de processamento e de saída, essa abordagem produz uma tipologia dos sistemas de produção com ênfase no processo operacional da empresa.
As diversas operações que constituem um processo produtivo exercem, cada uma a seu tempo, um papel específico e essencial em relação aos objetivos do sistema de produção. Assim, a rede de operações de um sistema produtivo envolve tanto atividades de transformação física (criação física ou alterações na forma física dos recursos), como atividades de transformação não-física (estocagem dos produtos ou modificações na localização dos recursos).
A representação gráfica do processo de produção, conforme mostrado na Figura 2.4, explícita a idéia de operacionalização de um sistema produtivo, permitindo uma classificação baseada no funcionamento do processo. Essa tipologia apresenta duas categorias de sistemas:
[A] Processo de Produção Contínuo;
[B] Processo de Produção Intermitente.
Um sistema é dito de "produção contínua", quando o processo operacional não exige interrupção do fluxo de produção. Nesse caso, o processo é definido para transformar um fluxo de matérias-primas e componentes, utilizando uma rede de operações seqüenciais, em um produto acabado. É muito comum que não se trate de um produto único, pois normalmente os outputs são traduzidos em termos de produtos principais e subprodutos.
A regulação do sistema ocorre principalmente sobre os fluxos, requerendo ajustamento das operações e dos fluxos em cada nodo. Esse sistema é caracterizado essencialmente pela manufatura de tecnologia pesada, encontrando bastante aplicação nas indústrias de base, como a química, a petrolífera, a petroquímíca, a energia elétrica, etc. Os sistemas de "produção intermitente" são definidos por uma rede de operações com rupturas freqüentes do fluxo operacional, ou seja, as operações em rede apresentam uma variedade de funções, com diferentes tipos de procedimentos e transações. Essa tipologia de sistema é caracterizada por agregar, numa mesma rede, diferentes operações de transformação, ou ainda, operações de transformação que esperam, na linha de produção, por outras operações, à priori ou à posteriori.
o processo intermitente pode ser observado tanto na produção intermitente em série ou por lotes (o que caracteriza um sistema intermediário entre o sistema ateliê e a produção em massa), como na produção em linha de montagem (definida apenas pelo sistema de produção de tipo massa).
Para caracterizar os sistemas de produção de acordo com a tipologia binomial contínuo-intermitente, Buffa (l968) apresenta uma classificação em duas categorias:
Processo de Produção Contínuo; Processo de Produção Intermitente.
Na prática, a classificação dos processos em contínuo e intermitente, baseada na articulação dos nodos (operações) e das ligações entre eles (fluxos), sugere uma gama de sub-classificações, conforme pode ser observado na sinopse apresentada. Estas sub-classificações resultam das diferentes funções que as operações e os fluxos podem assumir, em um determinado processo produtivo.
Assumindo a idéia de que várias ligações são suscetíveis de alcançar um mesmo nodo, ou ainda de que várias ligações podem partir de um mesmo nodo, Tarondeau propõe uma diferenciação dos processos de produção em função da natureza simultânea ou exclusiva destas ligações. Assim, várias entradas simultâneas são necessárias para realizar uma montagem. Em um processo químico, por exemplo, diversas entradas simultâneas podem conduzir a diversas saídas simultâneas. funções que as operações e os fluxos podem assumir, em um determinado processo produtivo.
Assumindo a idéia de que várias ligações são suscetíveis de alcançar um mesmo nodo, ou ainda de que várias ligações podem partir de um mesmo nodo, Tarondeau (l982) propõe uma diferenciação dos processos de produção em função da natureza simultânea ou exclusiva destas ligações. Assim, várias entradas simultâneas são necessárias para realizar uma montagem. Em um processo químico, por exemplo, diversas entradas simultâneas podem conduzir a diversas saídas simultâneas.
CLASSIFICAÇÃO SISTÊMICA DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO
No caso de uma máquina-ferramenta universal, o processo é diferente. Mesmo que a máquina seja capaz de transformar apenas uma peça a cada operação, ela é potencialmente capaz de realizar as transformações de forma sobre diversos produtos diferentes, caracterizando um caso onde as ligações são independentes e exclusivas.
Portanto, as ligações, ou seja, a rede de fluxos que as materializam, podem ser fixas sobre um período de tempo relativamente longo ou, ao contrário, mudarem com a natureza dos produtos que elas transportam. Certamente, a polivalência dos nodos, a independência e a variabilidade das ligações, ou seja, sua não-determinação pelas tecnologia, induzem a flexibilidade em um processo de produção. De modo inverso, a especialização dos nodos, sua interdependência, a natureza fixa das ligações e sua determinação pelas tecnologias utilizadas, induzem à rigidez.
Os resultados da análise sistêmica do autor estão apresentados na Figura 2.5. As classificações constantes da sinopse, são as mesmas apresentadas por Buffa e Woodward, caracterizando portanto, uma classificação mais ampla dos sistemas de produção.
Os trabalhos de Utterback e Abernathy (l975), Chase (l978), Tarondeau (l982), entre outros, mostram que existe uma estreita relação entre as características do produto, de um lado, e as características do processo de produção que o gerou, do outro. A abordagem de Hayes e Wheelwright (l979a) apresenta uma análise destas definições, utilizando o conceito de "ciclo de vida do produto" para explicar como os sistemas de produção variam, conforme as características demandadas do produto em questão.
A argumentação dos autores sugere que o sistema de produção apresenta um fenômeno análogo ao cicio de vida do produto, denominado "cicio de vida do processo". Dessa forma, assim como o produto possui diferentes etapas de cicio de vida, o processo produtivo passa também por diferentes fases de vida: o tipo projeto, na etapa de concepção- o tipo ateliê, na fase de introdução; o tipo produção de massa e o tipo processo, na fase de maturidade do produto.
Estes dois ciclos de vida são integrados em uma mesma matriz produto/processo, onde as etapas correspondentes estão associadas entre elas. Nesta matriz, os processos de tipo "projeto" e "ateliê" formam uma mesma categoria, pois o primeiro tipo é um caso particular do segundo.
Uma consideração importante a ser feita é que, da fase I à fase IV da matriz, os processos apresentam uma flexibilidade decrescente, acompanhada de um crescimento nos vetores de estabilidade e produtividade. Da mesma forma como acontece com o cicio de vida do produto, as etapas progridem de acordo com as exigências do produto, assumindo uma variação que vai da flexibilidade decrescente à produtividade elevada.
Conforme observa igualmente Diorio (l984), o processo de produção de um determinado produto passa por uma série de etapas, para só em seguida se adaptar às exigências desse produto. Desse modo, o processo é quase sempre concebido para ser flexível no início. Posteriormente, na fase de adaptação, ele varia de um estágio levemente produtivo, passando pela padronização, pela mecanização, pela automatização elevada e direcionando-se versus um processo contínuo, onde ele culmina.
As considerações construídas na literatura asseguram que, à medida que aumenta o volume de vendas de um produto (fase de introdução), sua concepção e desempenhos funcionais tendem a se estabilizar, de modo que, durante esta fase, a "inovação produto" diminui. Contrariamente, durante a fase de crescimento, verifica-se uma tendência às inovações no processo de fabricação, decorrentes da necessidade de ajustamentos na capacidade de produção, cadências do processo e etc.
PALAVRAS·CHAVE:
Tecnologia, organização,
impacto das inovações
A fase de maturidade do produto é caracterizada por uma forte pressão da concorrência, estruturada principalmente sobre os preços de venda, o que requer a implantação de um programa imediato de redução de custos. Assim, a concepção do processo de fabricação tende a se estabilizar, orientando o sistema produtivo versus uma configuração de produção em massa, cuja finalidade é a redução dos custos de fabricação, pela obtenção de economias de escala.
boa
ResponderExcluir